segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

"E quando as águias esquecerem como voar E quando estiver frio em Julho E quando violetas se tornarem vermelhas E rosas se tornarem azuis Eu ainda estarei amando você"
Querendo tanto acreditar na vida de novo....

A vida é feita de momentos e de pessoas que sabem se abraçar. De palavras silenciosas e olhares de afago que trazem paz. É feita de dias sem pôr do sol porque às vezes nubla demais, é feita de certezas descabeladas e também de minutos que nos trazem dúvidas, nos deixam sensação de tanto faz. Mas a vida é feita de tanta pureza que a própria beleza das coisas simples fica inibida. A vida é feita de chegadas, é feita de despedida. E eu, suspeito que alguém jogou um punhado de açúcar nas coincidências do universo, pois se reparar bem, até nos inversos que vivemos a vida mostra uma maneira de reinventar o que nos pertence de mais lindo.
Porque há momentos em que as palavras perdem os sentidos e, por mais que tentemos emprega-las, elas parecem não servir. Então a gente não fala, simplesmente sente."
Toda minha fé tem sido concentrada em fazer meditação...

Esse tempo longe de você,  me fez ficar ainda mais introspectiva... É estranho escrever tanto e não ter coragem de te mandar, mas de que adiantaria?
Então oro...
Como minha avó sempre dizia, no mínimo manterei a linha direta com Deus.

Já não sei se ELE me escuta, continuo orando e pedindo para que toda a ilusão que me faz pensar que "poderia" ter dado certo, desapareça.
Quero não mais pensar, e no entanto, é com você que passo todos os meus minutos...Então oro mais e mais, na tentativa de esquecer que você existe, que você ama outra...
Tento esquecer que você tem cálculos renais, e que isso dói, que tem preocupações com o futuro de sua filha, que existe uma crise assolando toda a Europa e que essa situação deixa a grande maioria muito assustada...
Não quero sequer lembrar que sentia sua família já sendo parte da minha, e como foi o meu aniversário de 2011, com vc e toda a família cantando para mim...  Não quero lembrar de que um dia você me disse que sua filha gostaria que lhe dessemos um irmãozinho, e o quanto eu acalentei esse sonho, porque era com você...porque era ao teu lado que eu queria estar, quero esquecer que me dizia que eu era a mulher da  sua vida...
Estranho como todo aquele amor que dizia sentir desapareceu...
Mas enfim, é isso...
ACABOU.
E dói...imensamente ...
Dói a saudade, a dor de não ver a alegria que estava estampada no teu olhar...
Dói saber que algo tão precioso se rompeu, que os sonhos foram abortados.

Tenho que te esquecer...queria gritar e fazer todo esse sentimento ir embora...
Quando você se foi, deveria ter levado cada uma das lembranças...mas deixou tudo aqui
comigo,  e ficou como uma cicatriz marcada no meu peito, na alma, na essência...
E então escrevo, tentando fazer uma catarse, quem sabe, colocando em palavras escritas, isso tudo passe logo, eu consiga arrancar do peito essa dor...
Quem sabe as lembranças vão sendo deslocadas e guardadas num compartimento estanque?
Uma gaveta qualquer de mim mesma, onde o acesso seja bem difícil....
Quando será que poderei acordar sem que tenha sonhado com você?
E será que algum dia eu dormirei sem precisar lembrar que o que eu mais desejei agora é só lembrança?


domingo, 29 de dezembro de 2013

ricardo arjona-te conozco (+playlist)

Vivir sin ti es posible -- Ricardo Arjona

E assim vou tentando tocar a vida...Enganando a mim mesma que foi real, guardando lembranças do que só eu vivi...
O que mata é saber que já não existe disfarces, é saber que todos notam que algo em mim esta gritando, ou pedindo socorro...E nem precisa ser tão inteligente pra notar.
Sorrir quando a alma chora.
Tentar ser sensata quando a dor nos transtorna, quando a ferida sangra, e ainda assim, desejar que a pessoa amada esteja feliz...

Eric Clapton & Roger Waters - Wish you were Here

sábado, 28 de dezembro de 2013

A ULTIMA PORTA
(Lucia Padilha)


Por tantas vezes esta porta foi batida por mim.
Incontáveis vezes derrubei-a com a força do ciúme.

Fui rotulada de fúria... Fui considerada insana...
E acreditei nestas verdades como absolutas...
Deixei-me abater por acreditar-me irracional...
Deixei-me vencer.... Assumi minhas derrotas...

Recolhi-me à solidão. Me acreditava doente...
Via o amor que sentia como sentimento torto...
Tive a certeza que não sabia amar direito...

O que fazer com este sentimento agora?
Não conseguia arrancá-lo de mim...
Embrulhei-o então e escondi-o bem distante...

Recusei-me a olhar para onde ele estava...
E consegui a doce ilusão do esquecimento...
Aos poucos fui me recuperando... Me curando...
Enxerguei outras paisagens...
Percorri outras trilhas...

Cheguei mesmo a crer que havia aprendido a amar...

Quase consegui sentir que era amada...
Mas os ventos da alma resolveram soprar forte...

Revolveram tudo à minha volta... Me desarrumaram...

E deixaram à mostra aquele amor embrulhado...
E vi que ele continuava ali...
Exposto à minha visão...

E sua força havia se mantido...
Resistido ao tempo...

Voltei-me a ele de coração entregue...
Não consegui resistir...

Fiz-me calmaria... Busquei a mansidão dos lagos...

E tentei ser suavidade onde antes era fúria...
Busquei sensatez onde era insanidade...
Mas o tempo deste amor já passou...
Tentar recuperar o que se perdeu no tempo...
Tentar retomar aquilo que se rompeu...
Inúteis tentativas de um coração saudoso...

Hoje transponho novamente esta porta...
Atravesso-a mais uma vez acompanhada das lágrimas...

Mas desta vez elas são silenciosas...
A dor só esta expressa nos meus olhos perdidos...

Porque saio mansamente...
Fecho-a com cuidado...

O amor talvez seja até maior que antes...
Mas ainda assim saio em silêncio...
Porque rendi-me à sua impossibilidade...
Porque aceitei apenas sentí-lo ao longe...
Olho pela ultima vez todo o passado...

E termino de trancar esta porta...

Cuidadosa e silenciosamente....