quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Não era este o sonho que eu pretendia
e ver assim a cama tão vazia
talvez seja mesmo tudo o que me resta
O mundo continua girando
as flores florindo e murchando
e os pássaros vão e vêm a cada primavera
Mas sem ti
nem o sorriso é mais o que era
E neste tempo todo em que não nos falamos
talvez nos apercebamos
de que de facto há silêncios feitos para serem
partilhados
em beijos
em sorrisos
em abraços
e plantados de novo sem pousio
para que voltem a florir na próxima estação
Penso em ti
e o céu e o inferno
degladiam-se no meu corpo
O quanto somos capazes de amar? Será mesmo que existe uma forma de mensurar o amor ou ele simplesmente é delineado conforme os nossos anseios e quereres? Algumas pitadas de sorte se fazem necessárias? Indo mais a fundo nessas questões, quem está descrevendo o calvário do coração no livro chamado destino?
Querendo congelar instantes, perpetua-se um viver agridoce, que nubla e finca pés e mãos num passado sem sentido. O passado está morto (será?). É um sopro de outrora que não pode ser reconstruído de acordo com caprichos. Segundas chances não foram criadas para pavimentar o terreno gasto, ainda que seja confortável estar de pé sobre o conhecido.
Amores dizem adeus... algumas vezes. E nem por isso devem ser considerados menos. Porque é mais, é muito mais toda vez que o peito inflama, o carinho desabrocha e a vontade de querer bem supera condições sociais de certo e errado, de perto ou longe. O torto no amar é não ser capaz de ser.
A graça e a amplitude deste sentimento tão essencial aos instantes é a possibilidade de caminhar em novas direções. Sem medidas e regras, permitindo a sua transição para novos mares. Para faróis tempestuosos ou tranquilos, mas que signifiquem o permitir estar e não o obrigado a estar.
Pouca sorte, desgraça e outros agouros prevalecem para os presentes no até logo. Erroneamente, entendem o adeus como partida, mas no fundo, ele é o início. Talvez o "Adeus" seja realmente o "Deus cuide de vc, pq eu ainda não posso!"

segunda-feira, 4 de setembro de 2017


Quanto tempo é preciso para alguém se tornar marcante na vida de outro? Um só encontro por acaso é o suficiente? Seis meses? Uma década? Shakespeare disse que escreveu para ser imortal. Os escritores esperam que sua palavra escrita possa ajudar a manter sua lembrança viva, mas os livros podem se perder, as palavras podem ser apagadas, as histórias mudadas. Com todas essas variáveis trabalhando contra você, como é que poderá saber se causou um impacto? A vida seria tão boa se pudéssemos congelar alguns momentos no tempo. Um tempo quando estávamos felizes. Quando sabíamos que éramos amadas. Mas não podemos... E, assim, ao invés disso, nos vemos retraçando pegadas que podem ser levadas pela chuva. Lutamos para lembrar de nossas conexões, mesmo quando o tempo passa uma esponja em nosso passado. E nós nos esforçamos para fazer novas conexões com esperança de que o tempo nos favoreça. E quando a comunicação falhar, as palavras ficarem. Prova de que estivemos por aqui, que fomos importantes, que alguém se importou conosco. No final, o passado pode ser tudo o que teremos. Marin Frist in Men in trees Temporada 2/ ep 7

terça-feira, 16 de maio de 2017

[OFFICIAL VIDEO] Can’t Help Falling in Love – Pentatonix

Passeio a mente por mares bravios
desconhecidos
e a minha boca chama por ti
de um lugar de onde não vens
Sinto como se a voz não tivesse eco
e os meus dedos apenas tocassem
a solidão que se instalou aqui
Então abraço o meu corpo no teu corpo
que não vejo
sereno os olhos nos teus que não sinto
e as palavras soltam-se em cansaços sem fim
como se se arrastassem em ondas altas
Ergo muros de insónias feitas à pressa
e desfilo memórias por ruas nunca dantes navegadas
e chamo-te meu amor
hoje e sempre meu amor...

domingo, 7 de maio de 2017

Deixa te lembrar algo importante...

Admita...
Sei que me renegas com todas as tuas forças
e no entanto procuras-me em cada sopro de vento
que bate nas tuas cortinas
Sei que amas outros corpos e que muito provavelmente
já esqueceste até o cheiro do meu
Mas sei que não me esqueces nas palavras
que tentas calar na tua boca
Sei que te ressuscito a alma a cada lembrança
que ainda te faço tremer as pernas quando me recordas
Sei do teu sorriso e tu sabes do meu
de que cor é o meu sangue e a que sabe a tua saliva
Sei a cor dos teus olhos pousados nos meus
e do desabar da tua fragilidade no meu peito
Sei que me renegas e no entanto não me esqueces
És assim como a chuva que hoje desfolhou todas as papoilas
deixando-as nuas
E eu ....
Eu sou assim um pouco como o vento que sibila
rente aos teus ouvidos e que abana as tuas cortinas
tirando-lhes a majestade
desvirtuando-lhes a brancura ...
....Passo mas não fico ...
...mas nem por isso sou indiferente....