sexta-feira, 29 de setembro de 2017

https://youtu.be/-SsuFJqWqnU
https://youtu.be/godztpu6xlA

Algumas músicas serão eternas, pq dizem mais do que poderíamos falar...
Encontro-te sempre escondido
no outro lado de mim
onde a lua é molhada
e o sol não brilha
onde as memórias se acumulam
e inundam o peito
onde as farpas se enterram e sangram
onde o sangue ferve
e a pele exulta
Encontro-te sempre escondido
disfarçado
encolhido
quase com medo de ser
e por todas as vezes que te encontro
lamento ter-te perdido
tentado te arrancar de mim!...


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Procuro um motivo
uma razão
para me teres deixado à porta do teu peito
para me teres impedido de entrar
de singrar livre pelo teu sangue
de ser a resposta à pergunta da tua carne
Procuro um motivo
uma razão
para não fazer parte do teu mundo
para me
teres deixado em pleno mar
esperando a onda que não me traz ao areal
Procuro um motivo
uma razão
para não inundar a tua porta
de folhas de outono
que aos poucos vão deixando a copa das árvores
Mas sei que algures no teu caminho
encontrarás folhas dispersas
que o vento vai fazendo bailar
e num qualquer momento irás lembrar
não da flor que eu fui
mas da perenidade que mantive forte
até que tu decidiste me arrancar da tua árvore
e me soltares no vento da tua rua

domingo, 10 de setembro de 2017

O amor do coração...

O QUE A MEMÓRIA AMA, FICA ETERNO.
"Quando eu era pequena, não entendia o choro solto de minha mãe ao assistir a um filme, ouvir uma música ou ler um livro.
O que eu não sabia é que minha mãe não chorava pelas coisas visíveis.
Ela chorava pela eternidade que vivia dentro dela e que eu, na minha meninice, era incapaz de compreender.
O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocada por pequenos milagres do cotidiano.
É que a memória é contrária ao tempo.
Nós temos pressa, mas é preciso aprender que a memória obedece ao próprio compasso e traz de volta o que realmente importou, eternizando momentos.
Crianças têm o tempo a seu favor e a memória muito recente. Para elas, um filme é só uma animação; uma música, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.
Diante do tempo envelhecemos, os filhos crescem, muita gente se despede.
Porém, para a memória ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis.
Nossos filhos são nossas crianças, os amigos estão perto, nossos pais ainda são nossos heróis.
A frase do título é de Adélia Prado: “O que a memória ama, fica eterno”.
Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente.
Quando nos damos conta, nossos baús secretos_ porque a memória é dada a segredos _ estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.
Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você _ foi a trilha sonora de um amor, embalou os sonhos de uma época ou selou uma amizade verdadeira _ e mesmo que os anos tenham se passado, alguma parte de você se perde no tempo e lembra alguém, um momento ou uma história.
Ao reencontrar Amigos da juventude, do Colégio ,nos esquecemos que somos adultos e voltamos a nos comportar como meninos cheios de inocência, amor e coragem.
Do mesmo modo, perto de nossos pais, seremos sempre “As Crianças”, não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos.
Para eles, a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das histórias contadas ao cair da noite… serão sempre recentes, pois têm vocação de eternidade.
Por isso é tão difícil , algumas vezes até impossível despedir-se de um Amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas.
Dizem que o tempo cura tudo, mas talvez ele só tire a dor do centro das atenções. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na ferida.
Mas aquilo que amamos tem disposição para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando.
Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que nos tocou pode ser facilmente reativado por novos gatilhos _ uma canção cala nossos sentidos; um cheiro nos paralisa lembrando alguém; um sabor nos remete à infância.
Assim também permanecemos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex amores, amigos, irmãos.
E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram."
Algumas lembranças, ficarão em segredo...guardadas em um compartimento estanque de nossos corações e, ainda que calados, ainda que em segredo, estarão lá, vivas...

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

I successi di Massimo Ranieri (25 canzoni)

Tão imposíivel como os teus dedos
é essa a noite que me toca 
e aviva a ferida
Tão impossível quanto noturna
é essa a boca madura 
que te chama sem te ver
e desenha luas na escuridão
Tão impossível como verdadeiro
é esse olhar derradeiro
que alongo e deposito
onde o meu grito
já murchou junto as palavras que me deixaste
Tão lentos foram os teus passos
tão traçados os teus dedos no destino
que escolheste
que nem te detiveste
dois segundos que fossem
para veres que fiquei aqui
à espera de ti
E depois de ti nunca mais a vida foi a mesma!
Não era este o sonho que eu pretendia
e ver assim a cama tão vazia
talvez seja mesmo tudo o que me resta
O mundo continua girando
as flores florindo e murchando
e os pássaros vão e vêm a cada primavera
Mas sem ti
nem o sorriso é mais o que era
E neste tempo todo em que não nos falamos
talvez nos apercebamos
de que de facto há silêncios feitos para serem
partilhados
em beijos
em sorrisos
em abraços
e plantados de novo sem pousio
para que voltem a florir na próxima estação
Penso em ti
e o céu e o inferno
degladiam-se no meu corpo
O quanto somos capazes de amar? Será mesmo que existe uma forma de mensurar o amor ou ele simplesmente é delineado conforme os nossos anseios e quereres? Algumas pitadas de sorte se fazem necessárias? Indo mais a fundo nessas questões, quem está descrevendo o calvário do coração no livro chamado destino?
Querendo congelar instantes, perpetua-se um viver agridoce, que nubla e finca pés e mãos num passado sem sentido. O passado está morto (será?). É um sopro de outrora que não pode ser reconstruído de acordo com caprichos. Segundas chances não foram criadas para pavimentar o terreno gasto, ainda que seja confortável estar de pé sobre o conhecido.
Amores dizem adeus... algumas vezes. E nem por isso devem ser considerados menos. Porque é mais, é muito mais toda vez que o peito inflama, o carinho desabrocha e a vontade de querer bem supera condições sociais de certo e errado, de perto ou longe. O torto no amar é não ser capaz de ser.
A graça e a amplitude deste sentimento tão essencial aos instantes é a possibilidade de caminhar em novas direções. Sem medidas e regras, permitindo a sua transição para novos mares. Para faróis tempestuosos ou tranquilos, mas que signifiquem o permitir estar e não o obrigado a estar.
Pouca sorte, desgraça e outros agouros prevalecem para os presentes no até logo. Erroneamente, entendem o adeus como partida, mas no fundo, ele é o início. Talvez o "Adeus" seja realmente o "Deus cuide de vc, pq eu ainda não posso!"

segunda-feira, 4 de setembro de 2017


Quanto tempo é preciso para alguém se tornar marcante na vida de outro? Um só encontro por acaso é o suficiente? Seis meses? Uma década? Shakespeare disse que escreveu para ser imortal. Os escritores esperam que sua palavra escrita possa ajudar a manter sua lembrança viva, mas os livros podem se perder, as palavras podem ser apagadas, as histórias mudadas. Com todas essas variáveis trabalhando contra você, como é que poderá saber se causou um impacto? A vida seria tão boa se pudéssemos congelar alguns momentos no tempo. Um tempo quando estávamos felizes. Quando sabíamos que éramos amadas. Mas não podemos... E, assim, ao invés disso, nos vemos retraçando pegadas que podem ser levadas pela chuva. Lutamos para lembrar de nossas conexões, mesmo quando o tempo passa uma esponja em nosso passado. E nós nos esforçamos para fazer novas conexões com esperança de que o tempo nos favoreça. E quando a comunicação falhar, as palavras ficarem. Prova de que estivemos por aqui, que fomos importantes, que alguém se importou conosco. No final, o passado pode ser tudo o que teremos. Marin Frist in Men in trees Temporada 2/ ep 7