quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Procuro um motivo
uma razão
para me teres deixado à porta do teu peito
para me teres impedido de entrar
de singrar livre pelo teu sangue
de ser a resposta à pergunta da tua carne
Procuro um motivo
uma razão
para não fazer parte do teu mundo
para me
teres deixado em pleno mar
esperando a onda que não me traz ao areal
Procuro um motivo
uma razão
para não inundar a tua porta
de folhas de outono
que aos poucos vão deixando a copa das árvores
Mas sei que algures no teu caminho
encontrarás folhas dispersas
que o vento vai fazendo bailar
e num qualquer momento irás lembrar
não da flor que eu fui
mas da perenidade que mantive forte
até que tu decidiste me arrancar da tua árvore
e me soltares no vento da tua rua

Nenhum comentário:

Postar um comentário