terça-feira, 3 de março de 2020

Sou o assombro das noites desesperadas
em que só do vento as rajadas
se escutam
Sou das palavras sonhadas
as que enfeitiçadas
me assomem aos lábios
Sou os silêncios sombrios
que perscrutam
vazios
o que nunca foi cheio
nem preenchido
E sou de mim mesma capa dura
enleio
ternura
de um livro escrito e nunca lido

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