domingo, 21 de agosto de 2016

CADA UM NO MEU LUGAR...

Por Artur da Távola, de seu livro "Cada um no meu lugar"
Há um momento, no auge do desentendimento, em que o máximo de raiva está a um milímetro do máximo de amor.
  • Há algo que permanece em tudo que se separa. Esse algo é o que dói, mesmo quando a separação é, ou foi, o melhor caminho.
  • Há um projeto sempre irrealizado em toda a relação que se realiza. Uma necessidade nova sempre se coloca a cada satisfação da anterior.
  • Entre pessoas que se amam, há verdades e sentimentos que, se aparecem quando elas estão juntas, separam; e se aparecem quando elas estão separadas, machucam, dão saudade, vontade de juntar.
  • Gostar não é apenas durante. É, sobretudo, depois.
  • Amar é apesar, aquém e além da pessoa amada.
  • Dilema do homem. Na vigência do casamento ele se sente preso e atado. Quer, quer a separação. Não agüenta mais as limitações da vida comum. Aí pinta a separação e ele, mais do que a mulher, entra em pânico.
  • O homem está menos preparado para a liberdade da mulher do que ela.
  • Os verdadeiros apetites sensuais sempre se manifestam com mais clareza quando a inviabilidade, a dificuldade ou impossibilidade da relação se impõe.
  • Casais separados conseguem certas intensidades amorosas impossíveis na vigência do matrimônio.
  • Certos graus de amor só são perceptíveis a partir da impossibilidade de se exercerem ou da ameaça de não poderem jamais vir à tona.
  • O caminho da liberdade pessoal, da descoberta das próprias potencialidades, muitas vezes só é possível a partir de um sofrimento de amor.
  • A vigência de neuroses não complementares impede a possibilidade de melhora e crescimento interior de ambos.
  • Um neurótico nunca vai para o brejo sozinho.
  • Uma separação dolorosa às vezes acaba por se transformar na melhor maneira de ensinar a pessoa a ela mesma.
  • Quase sempre desprezamos a chance do novo em nossas vidas. Atados que estamos a uma necessidade de eco e repetição de tudo o que nos traz(ia) segurança.
  • Em convivência e em amor, o que perdura através do tempo, mesmo que à custa de muita dificuldade e de um precário equilíbrio, revela a existência de uma relação profunda. Tempo nem sempre é acomodação. Muitas vezes é sinal de uma sabedoria intuitiva que autoriza a permanecer com a ligação mesmo quando ela pareça insatisfatória e incompleta. O que consegue vencer o tempo consegue vencer, também, impulsos passageiros com sabor de emoção e novidade.
  • O que não acaba apesar da convivência, abençoado está.
  • Em amor, se é preciso explicar, então já não se deu o entendimento profundo, a adivinhação da verdadeira necessidade do outro.
  • O que se precisa explicar nunca será explicado.
  • Quem não te adivinha não te merece.
  • Rende-te à natureza de quem amas e esta começará a te obedecer.
  • O que perdura numa relação que se fragmenta é sempre o que de verdadeiro havia nela.
  • Uma impossibilidade bem vivida é mais rica que uma possibilidade mal vivida.
  • O que volta depois de ter passado é porque nunca deixou de existir.
 Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

toi qui me manque

Aproveite o dia...e seja sempre, muito, mas muito feliz!!!


E a vida é assim...tão cheia de coisas que carregamos, de esperanças e saudades infindas...De amores que se vão, mas que nunca passam...
Tens de saber que todos os versos
que atabalhoadamente escrevo
são para ti
que todas as semelhanças são tuas
e todas as desigualdades
Tens de saber que a saudade
corrói até ao osso
e que não há forma de lhe fugir
que não seja contigo
Tens de saber que não nego
o que sinto
e que há dias em que me apetece sumir
sem deixar rasto
Tens de saber
que para mim admitir
tudo isto
é um gigante passo
mas que não passo
de um esquiço
de uma tela que nunca vou saber pintar
Tens de saber que te preciso
como necessito do ar
que me adentra os pulmões
que há em mim medos e emoções
novas todos os dias
Tens de saber que as alegrias
duram segundos
talvez minutos
e que há um trilho desenhado
por sorrisos que talvez não volte a ter
Tens de saber que todos os dias
te faço um poema
esmiuçado na vontade de te ter
mas que sinto vergonha de o sentir
e mais ainda de o ler....

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

"Há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. 
E a segunda opção ninguém mais tem."