quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Sobre minha cabeça, a responsabilidade "de toda  minha entrega ao Sacrificio" pelo que não pude realizar na Perfeição que era requerida.
Na porta do Templo, retirei os trajes que me vestiam, e, desnuda, vesti outros, para que todo passado de lutas, angústias, vigilância pelo aperfeiçoamento, entrasse na Nave Sagrada, em outro Estado Adquirido pela luta da Alma, pelo Espirito.
O Humano, ficou sobre a Terra, rasgado pelo Vento, molhado pelas Tempestades, saudoso de um amor que desapareceu na Voragem do Tempo, mas, que eu tinha certeza de que podia ter realizado nele, nesse amor, a sensualidade desmanchada em pedaços.
O Amor, limpo, pesado, como o Coração retirado do corpo humano, será colocado no Altar Principal do Rei dos Deuses, e, minha Alma, ainda um pouco, só um pouquinho,
velará pelo desaparecimento do meu Eu, de tal maneira em Deus, que meu Espirito será confundido com a Luz Eterna.

domingo, 18 de agosto de 2019

Olhou-se sem se reconhecer!
Viu-se anoitecer sem saber o motivo
Nas costas desnudas
sentia as palavras mudas
que não ouvira
e nos braços longos
o corpo que não estreitara
no abraço que precisava
No palco da vida escrevem-se historias
que a vida nem sempre
se encarrega de levar avante
desenham.se sorrisos
que nem sempre afloram
e soltam-se lágrimas
que nem sempre se vêem

sábado, 20 de julho de 2019

Pensei que a minha vontade bastava para fazer acontecer
que o meu sorriso bastava para fazer sorrir o mundo
que brava e heroica era a minha garra
e imune o meu corpo
Pensei que a minha raiva me movia
e me fazia chegar sempre um degrau acima
do que eu me propunha
mas esqueci-me que o tempo era meu e não nosso
que a minha vontade não era a tua
que o tempo não se abria em flor para mim
mas para todos
e que tudo parecia suportável porque tu estarias ali
Mas a noite passou
e amanheceu
e os meus olhos descobriram que tu não estavas
que tinhas desistido
e ido embora
e a minha vontade
a minha garra
a minha raiva e o meu sorriso
nunca mais foram os mesmos!...

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Fanatismo - Fagner e Zeca Baleiro

É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho
Mais perfeito que se fez
Os traços copiei
Do que não aconteceu
As cores que escolhi
Dentre as tintas que inventei
Misturei com a promessa
Que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três
Trabalhei você
Em luz e sombra
E era sempre
Não foi por mal
Eu juro que nunca quis deixar você tão triste
Sempre as mesmas desculpas
E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são
Preparei a minha tela
Com pedaços de lençóis
Que não chegamos a sujar
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com as lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes
E fiz então, pincéis com seus cabelos
Fiz carvão do batom que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte
E era sempre
Não foi por mal
Eu juro que não foi por mal, eu não queria machucar você
Prometo que isso não vai acontecer mais uma vez

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Faltam-me dedos para contar
toda a ternura que um dia houve
mas sobram-me olhos e lágrimas
para chorar toda a desilusão que me desteResultado de imagem para mãos se tocando