segunda-feira, 1 de maio de 2017


As Distâncias Tão longe, tão perto... Tão perto, tão longe... Somos ou estamos próximos ou distantes? Dependendo do ângulo e da situação, as distâncias mudam. E não se trata apenas de uma questão semântica. Até que ponto distância é separação? Eu posso trazer alguém comigo, permanentemente, na mente e no coração e não ver essa pessoa há anos... Eu posso estar permanentemente ao lado de alguém a quem fisicamente posso tocar, mas que me é emocionalmente distante. Distâncias são curvas e retas que ligam ou desligam, dependendo dos seres envolvidos. Somos todos parceiros numa caminhada comum, que é a vida e muitas vezes, subitamente, nos vemos muito próximos de pessoas, por circunstâncias únicas que podem nos predispor a continuar juntos, como também, por motivos especiais, podemos ser jogados em situações que nos afastem definitivamente de quem julgávamos estar para sempre unidos. Caminhar lado a lado é acertar o passo, mas viver às vezes impõe correr, o que pode nos colocar adiante do outro ou muito atrás... São, enfim, inúmeras as circunstâncias que poderíamos lembrar aqui, para exemplificar uma coisa que, na verdade, é muito simples de entender: estarmos próximos ou distantes de pessoas tem muito mais a ver com sentimentos do que com extensões espaciais e temporais. Afinidades são um elo forte e poderoso que não obedece à lógica da métrica e do espaço. Há pessoas tão especiais em nossa vida que, quando as encontramos, é como se o relógio houvesse parado, como se houvéssemos mantido um longo, silencioso e permanente diálogo com elas, como se nunca as tivéssemos deixado de ver e de tocar!... Assim são os grandes amores e as grandes amizades. Por outro lado, nem a contínua convivência é capaz de vencer os grandes abismos de uma má convivência. Quando esses se estabelecem, é necessário que se ergam pontes à base de muita paciência e boa vontade, numa reconstrução nem sempre possível. Entre dois pontos (seres), um intervalo... Maior ou menor, nulo ou extenso, eis um enorme desafio humano! Quem há de reger a sinfonia de tantos sentimentos conflitados? Nós; sim, nós mesmos. Nenhuma régua ou compasso estranhos terão ingerência sobre tamanhas sensações, ao mesmo tempo que nenhuma vontade alheia a nós também. Trata-se de uma memória emocional, cujo alimento mantém-se oculto ao entendimento. Quando percebemos que a distância não existe para pessoas que se amam de verdade, o mundo se torna menos hostil e mais simples. Porém, elos são anéis de contornos misteriosos. Fiquemos apenas com a certeza reconfortante de que entre dois ou mais pontos, por mais afastados uns dos outros que estejam, pode não existir espaço algum, vácuo algum e nenhum esquecimento. Distâncias são meras metáforas de sentimentos.

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