quarta-feira, 2 de novembro de 2016

E tantas foram as tentativas...e então a sua ultima frase...meu choro dolorido, minha esperança se agarrando aos teus passos...Já sem forças... Como desistindo de tocar uma nuvem, tocando mais forte e depois mais leve para ir se acostumando a esquecer, a se distanciar do que mora por dentro. Último olhar. Guardando todas as cores que ainda é possível, porque enxergar é diferente quando te ver se torna impossível. Dois tons a menos, seis graus de miopia. Quem dera eu jamais enxergasse o que vi em você.
Último choro.  Derramo também sobre a terra meus sonhos. Os lugares que quis te mostrar, as noites que pensei que teria, os dias que ansiavam os pedidos. Choro por sua falta, pela casa que sonhamos, pelo filho que teríamos, pela mulher que eu me tornaria te amando. Última saudade, como uma parte sem medida se desfarelando.
Último momento. E já estou mais miúda, mais fraca
, mais covarde. As vozes repetiram três vezes que me deixasse, sem nem mesmo ter visto uma vez como te olho. Então sou eu quem me deixo, sou eu que me largo, sou eu quem me esqueço, como único modo. Despedir-me de você nunca esteve nos meus planos. Agora todas as canções que ouço falam sobre despedidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário