sexta-feira, 18 de novembro de 2016

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Se você está lendo isso agora, já deve saber que não, eu não morri sem você. Foi quase. Cheguei o mais perto que pude de um caminho sem volta, mas voltei. Cheguei quase ao ponto de não poder continuar, mas continuei. Porque antes de você, outros me ensinaram que na manhã seguinte posso estar caída, mas na semana adiante, estarei melhor e na semana seguinte, estarei de pé. Sou dessas. Do tipo que se levanta.
E terei meus pés fincados na terra, como uma bandeira em um país que se conquista, uma guerra que se vence, uma dor que dissipa. Algo me diz que fará bem pro seu ego saber que eu chorei. Às vezes, no meio do dia, no hábito do nada, eu choro pensando se a culpa é minha. E eu a levo, pequena, delicada, como um bebê nos braços, por anos. Aquela culpa tardia que me acompanha nada mais é que a falta velada de você.
Carrego-a até entender que na guerra e no amor todos conhecem as regras – sobreviver. Por isso escrevo, não pra destrinchar minha dor em mil partes, não diante de você. Escrevo pra contar que você não tem culpa nenhuma afinal. No fundo, eu sempre soube quem você era. Talvez em algum momento eu também tenha amado isso, esse seu jeito de ver a vida, mesmo que depois ele tenha se virado contra mim. Não há culpados. Alforrie-se também.
Dia desses, sonhei com vc se casando, e chorando eu corri. Sabe-se lá o motivo. Na verdade, corri feito uma doida. Agarrada com a bolsa frente ao peito, como que tentando guardar meu coração dentro nela. Entendo o desespero...saber que vc me apagara tão completamente de sua vida doeu horrores....  Você sempre me destemperou um pouco. Mas acostumar meus olhos a não ver-te criou isso, uma falta de costume de te ver. Também estou escrevendo pra dizer que não fugirei mais. Ainda que olhar nos seus olhos cause uma dor infinda. Serei apenas grata enquanto te olho.
Grata inclusive pela dor que me causa. Porque me recompor, me reconstruir noite  após noite, mostra como amar é inexplicavelmente bom. Porque no fundo não sei se é sua falta que dói, mas a falta dele, do amor. Amor que nem você, nem eu mesma pude me dar. Mas, como você pode ver, isso também pode mudar.... Não, ficar sem você não me matou.  Acho que fiquei  um pouco amarga, mas não perdi a fé, ganhei uns quilos, talvez pra compensar o amor perdido. Aprendi também que os erros são aceitáveis quando o que a gente vive é ensaio. E todo ensaio é sinal de que algo grandioso e real ainda está por vir. Fique bem. Eu estou tentando...

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