quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Quando o Amor Proprio invade o coração de uma Mulher, ela não mais vê o seu parceiro como a sua sombra, mas sim como o seu aliado.... Ela honra o seu sagrado, e o sagrado masculino que há em seu companheiro. Juntos os dois se abrem para alquimia do amor, e a consciência é expandida diante das projeções e traumas que coloca-se no outro, acionando o estado de alerta e auto-conhecimento..
O seu parceiro não é mais o seu pai, o seu irmão, ou o seu avó.. o Seu parceiro é o seu Amor, aquele na qual ela entrega-se de corpo e alma e permite que o Sagrado reine no dois Templos, manifestando-se a alquimia da transformação e evolução
Ao deitar-se com o seu parceiro, ela permite que a Deusa que ela é, olhe e reconheça o Deus que está ao seu lado, e assim surge o sublime, a magia, a conexão e o entendimento que Amar é VOAR
Carol Shanti

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O tempo vai passando, inexoravelmente...e mesmo que me digam que é ilusão, o que sinto é real pra mim.
E fico repassando tantas coisas que aconteceram, percebendo tardiamente o quanto nos acusamos desnecessariamente, o quanto nos ferimos...
A dor naquele momento era tão grande que acabei te ferindo, sentia que vc estava cada dia mais distante, hj depois de tudo, imagino se o que houve foi usado como desculpa...
Vc me acusou por coisas tão absurdamente sem sentido...E sequer se lembrou que eu me dedicava a vc em tempo quase integral. Sequer pensou que o amor que eu sinto, sim, ainda sinto, sempre foi e continua sendo meu, é por vc, mas é meu, pq vc o rejeitou.
Triste ficar presa numa situação, num amor unilateral...
Tantos e infindos questionamentos....
Sei que foi um sonho...o meu sonho...sim, foi alimentado por vc também, porém, a sua vida urgia, suas necessidades urgiam...
Minha insanidade é tanta, que mesmo depois desse tempo todo, continuo vivendo vc, mesmo diante de novos fatos, de reajustes que vou fazendo, esse amor continua, embora sem esperanças, sem ilusões, sem tua presença que me era tão benfazeja.
Não acostumei-me com sua ausência, sinto uma falta absurda do que eu via em teu olhar...mas devo ter algum problema oftálmico, não é?
Erros de interpretação...
Afinal, ninguém é perfeito e cada louco tem sim um arsenal de manias, a minha foi ver todo o amor do mundo ali, transbordando do teu olhar....

terça-feira, 28 de outubro de 2014

E eu que sou só saudade...

Ainda te vejo nos meus sonhos, os mais doces, os mais loucos, e os mais reais...
Ainda sinto as mesmas emoções, intensas, deliciosas,profundamente ternas  ao pensar em vc, ao ouvir o teu nome....
Ainda disfarço, fingindo que tudo esta bem em meu mundo...
E é só pensar em vc, e o coração dispara, tenho gravada em minha memória, em minhas retinas o brilho do teu olhar, o sorriso mais lindo, a alegria que vc demonstrava sentir ao me ver...
Eu me sentia a mais feliz das mortais, e todo esse amor, hj é só lembrança...
A esperança há muito se foi...

E ainda que a vida continue, ainda que tudo tenha tido um fim, para mim, ainda é o sentimento mais lindo, o amor que embora não tenha sobrevivido as intempéries de nossas inseguranças, nossas cobranças infundadas e infantis,é o amor que guardo, como o bem mais precioso.
Sim, eu sei que só eu sinto, que sou apenas uma lembrança já rarefeita, uma sombra do passado...
Mas em cada minuto de meus dias, peço que tu sejas feliz...
Juro, queria eu ter o privilégio de viver essa felicidade ao teu lado, poder ser ainda, o motivo de alguns dos teus sorrisos....E provar desse amor que só existe em meus sonhos.
Agora, apenas peço misericórdia divina, peço que esse sentimento todo seja abrandado, que nossas promessas sejam cortadas, desfeitas, para que possamos seguir os caminhos preparados por Deus.
Não peço o esquecimento, pois te amo, além do que posso dizer, e vc nunca saberá o quanto...
E o mais estranho...eu amo esse sentimento, que me preenche, que me tornou mais doce, mais humana, embora muito mais solitária....
Eu ainda o amo, mais e mais e te desejo, tudo de melhor que a vida possa te oferecer!


terça-feira, 16 de setembro de 2014

Amor
Vinicius de Moraes

Vamos brincar, amor? vamos jogar peteca Vamos atrapalhar os outros, amor, vamos sair correndo Vamos subir no elevador, vamos sofrer calmamente e sem precipitação? Vamos sofrer, amor? males da alma, perigos Dores de má fama íntimas como as chagas de Cristo Vamos, amor? vamos tomar porre de absinto Vamos tomar porre de coisa bem esquisita, vamos Fingir que hoje é domingo, vamos ver O afogado na praia, vamos correr atrás do batalhão? Vamos, amor, tomar thé na Cavé com madame de Sevignée Vamos roubar laranja, falar nome, vamos inventar Vamos criar beijo novo, carinho novo, vamos visitar N. S. do Parto? Vamos, amor? vamos nos persuadir imensamente dos acontecimentos Vamos fazer neném dormir, botar ele no urinol Vamos, amor? Porque excessivamente grave é a vida.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Amor é enigma?

Optar é renunciar. Entregar-se, por exemplo, a um amor é abandonar outros. E, do que se renuncia e abandona, pode provir, depois arrependimento. Afastar-se de um amor, ainda que, opção feita por lúcidas razões, pode gerar, adiante, a frustração pelo que se deixou de viver. Os casos de amor vivem rondados por frustração ou arrependimento. Não o amor, que é íntegro, irrefutável, cristalino e indubitável: mas os amantes seus portadores. Quase sempre o tamanho do amor é maior que o dos amantes. O que cerca as pessoas que se amam é sempre uma teia de limitações que o leva à disjuntiva: frustração ou arrependimento. Ou quem ama se entrega ao sentimento e se atira nos braços do outro para, depois, se arrepender do que abandonou para entregar-se ao amor, ou se afasta, cheio de lucidez, para, adiante, sentir frustração pelo que deixou de viver. Estes estão na categoria assim definida de modo cruel mas lúcido por Goethe: "no amor, ganha quem foge...Ou como disse o grande Orizon Carneiro Muniz: "no amor, é mais forte quem cede". Na juventude tudo isso fica confuso porque esta é uma etapa da vida envolta em uma névoa amorosa que a torna radical na busca da felicidade. O jovem ainda não se defrontou com as terríveis e dilacerantes divisões internas de que é feita a tarefa de viver e amar, aceitando as próprias limitações, confusões, os caminhos paralelos e contraditórios das escolhas, dentro de um todo que, para se harmonizar, precisa viver as divisões, os sofrimentos e os açoites das mentiras e enganos que conduzem as nossas verdades mais profundas. Séculos de repressão do corpo e de identificação do prazer com o pecado ou o proibido fizeram uma espécie de cárie na alma. É um buraco, um vazio, uma impossibilidade viver o que se quer, uma certeza antecipada de que o amor verdadeiro gera ou arrependimento ou frustração. Viver implica, pois, aceitar essa dolorosa e desafiante tarefa: a de enfrentar o amor como a maior das maravilhas e que se nos apresenta sob a forma de enigma. Tudo o que se move dentro do amor está carregado de enigmas. E com o enigma dá-se o seguinte: enfrentá-lo não é resolvê-lo. Mas quando não se o enfrenta, ele (enigma) nos devora. Enfrentar o enigma mesmo sem o deslindar, é aquecer e encantar a vida, é aprender a viver; é amadurecer. Exige trabalho interior penoso, grandeza, equilíbrio e auto-conhecimento. O contrário não é viver. É durar.

Artur da Távola