segunda-feira, 6 de março de 2017

Por ti desbravei caminhos                                         andei descalça
semeei ventos e tempestades

Por ti reneguei amores
amanheci noites enfermas no meu regaço
espantei o frio
e fui deserto
Por ti semeei trigo em pleno inverno
e deixei que as rosas me morressem nas mãos
sem sequer lhes sentir a beleza
ou o perfume
Por ti fui mais além
e achei que ainda era pouco
tornei-te em mim inesquecível
e bebi da tua pele
Por ti senti-me proscrita
e mil vezes maldita
por te amar tanto
Por ti fui amor e espanto
desejo e ternura
roca e fuso
de um tecido que só os meus dedos
em ti reconhecem
Por ti evoquei esperanças
que não tinha
e emudeci palavras
que tinha guardadas em mim
apenas para a ti dizer
E é por tudo isto
que por ti me abandonei aos dias
e sulco o chão palmo a palmo
Porque se a terra que piso
é inesquecível e mapeável
no meu corpo
tu também o és....
hoje e agora mais que nunca!

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